Desemprego no Brasil surpreende e continua em queda
No Radar do Mercado: IBGE divulgou taxa de desemprego para setembro abaixo do esperado pelo mercado. No exterior, inflação dos EUA e da Zona do Euro reacelera, enquanto China divulga atividade em expansão
Por Itaú Private Bank
A taxa de desemprego do trimestre encerrado em setembro foi de 6,4%, segundo dados divulgados pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) nesta quinta-feira. O resultado veio abaixo das nossas expectativas (6,6%) e da mediana do mercado (6,5%). Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego recuou de 6,6% no trimestre encerrado em agosto para 6,5% agora.
A queda da taxa de desemprego foi resultado do aumento do emprego, nos setores formal e informal, superior ao aumento da força de trabalho. A taxa de participação, por sua vez, ficou novamente estável.
Do lado do rendimento, a massa salarial efetiva avançou 0,2%, impulsionada pela expansão do emprego, que mais do que compensou a redução do rendimento médio.
Nossa visão: os dados divulgados hoje seguem indicando um mercado de trabalho apertado. A taxa de desemprego seguiu recuando, com aumento da população ocupada, tanto no setor informal quanto no formal. O único fator atenuante na divulgação de hoje é o pequeno recuo dos salários reais efetivos, mas vale notar que a massa salarial seguiu crescendo dado o aumento das pessoas empregadas.
Inflação americana acelera conforme esperado
O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que exclui os componentes mais voláteis, como energia e alimentos, subiu 0,3% em setembro, na comparação mensal. O dado acelerou em relação ao mês anterior (0,2%, número revisado para cima), em linha com o esperado pelo mercado.
Na base anual, o índice avançou 2,7%, repetindo o resultado de agosto (2,7%) e levemente acima do esperado (2,6%). O indicador é uma das referências utilizadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária.
O indicador “cheio” do PCE avançou 0,2% na comparação mensal, acelerando levemente em relação ao resultado anterior (0,1%), conforme o esperado pelo mercado. Na base anual, o índice desacelerou dos 2,3% (após revisão) registrados em agosto para 2,1%, também de acordo com as expectativas.
Nossa visão: de maneira geral, a leitura veio alinhada com o esperado e reforça a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na reunião que será realizada na próxima semana.
Inflação reacelera na Zona do Euro
O índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro teve alta de 2,0% em setembro, na comparação anual. O indicador acelerou em relação a leitura anterior (1,7%), e veio ligeiramente acima das expectativas do mercado.
O núcleo, que exclui os componentes mais voláteis (como alimentos e energia), manteve o ritmo da leitura anterior, em 2,7%, também acima do esperado pelo mercado.
Nossa visão: o dado de inflação de hoje, somado à surpresa positiva na divulgação do PIB publicado ontem, reduz as expectativas de um corte mais intenso de juros na próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE) em dezembro, deixando o corte de 0,25 ponto percentual como o cenário mais provável.
China divulga dados de atividade em expansão
Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da China avançaram em outubro, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). O PMI de manufatura chinesa subiu de 49,8 para 50,1, acima das expectativas do mercado (49,9), e o PMI não-manufatureiro subiu de 50,0 para 50,2, levemente abaixo das expectativas (50,3). Com isso, agora os dois indicadores estão acima de 50 pontos, limiar que indica se a atividade está em expansão (acima) ou em contração (abaixo).
Nossa visão: em geral, a leitura dos PMIs sugere uma melhor perspectiva de crescimento para o quarto trimestre, devido à implementação de estímulos fiscais. O foco agora está na reunião do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional da China, a ser realizada de 4 a 8 de novembro, quando poderão ser apresentados novos detalhes fiscais importantes para as perspectivas de crescimento em 2025.
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