O que Elon Musk, Bill Clinton e outros líderes abordaram no Milken Institute Conference

Aconteceu na segunda-feira, 20, mais uma edição do bate-papo mensal Market Update. Participaram da conversa Richard Ditizio, CEO do Milken Institute, Laura Deal Lacey, Executive Vice-President do Milken Institute, Vinícius Lummertz, ex-Ministro do Turismo no Brasil e fellow do Instituto, e Niraj Patel, Chief Equities Strategist do Itaú Private Bank Internacional. A moderação foi de Marcelo Aagesen, Head of Global Markets and Strategy.

O Milken Institute é um think tank global, sem fins lucrativos e apartidário, focado em finanças, saúde e filantropia. Recentemente, ocorreu o Milken Institute Global Conference 2024, que se aprofundou no tema “Moldando um Futuro Compartilhado”. O evento contou com a presença de Elon Musk, Bill Clinton e outros líderes globais e tratou de assuntos como tecnologia disruptiva, economia mundial, avanços na biomedicina, sustentabilidade e capitalismo inclusivo.

Confira a seguir os destaques do evento abordados no bate-papo:

Um dos pontos discutidos no evento foi o impacto da tecnologia e das redes sociais no capital humano. Em busca de compreender o significado do trabalho para a nova geração, os participantes reconheceram, por exemplo, que a juventude tem sentido a necessidade de trabalhar em corporações que compartilham dos seus valores pessoais. Esse movimento é facilitado pelas redes sociais, que permitem acompanhar mais de perto os ideais das empresas.

Paralelamente, as redes sociais amplificam a percepção de desigualdade social. Isso não só fomenta agitação política, como tem implicações negativas para a saúde mental da população, vide os crescentes casos de depressão. Assim, os impactos da tecnologia e das mídias sociais superam o mundo online, reverberando diretamente nos mercados e no dia a dia da população.

Quanto ao futuro dos mercados, Ditizio ressaltou o tom otimista da conferência. Além de uma série histórica de retornos positivos para os papéis americanos, o fato da recessão que era antecipada para o momento ainda não ter ocorrido também incentiva essa percepção.

A conferência também se debruçou sobre a ascensão do mercado de private equity e diminuição de opções nos mercados públicos. A expansão do private equity configura a criação de um novo mercado, mais sensível ao timing, em que se torna possível vender uma empresa sem uma oferta pública ou capital aberto.

A inteligência artificial levantou opiniões mistas. Mesmo com o advento da IA generativa, alguns desenvolvedores apontam que a inteligência artificial não está madura o suficiente e que ainda há muito progresso a ser feito. Os investidores, por sua vez, expressaram preocupações sobre a saturação do mercado e a falta de clareza na estratégia de monetização a longo prazo.

A conferência também explorou a importância de entender como as populações, jovens e idosas, estão distribuídas ao redor do globo. A conclusão é que a maior massa de jovens da atualidade vem de partes do mundo economicamente desfavorecidas, com mercados de capital ainda imaturos e algum tipo de disfunção ou instabilidade geopolítica. A partir desse cenário, faz-se necessário entender o que acontecerá se essa nova massa não for integrada ao mercado global ou não tiver acesso ao ecossistema de tecnologia.

Na perspectiva de investidores, o entendimento desse cenário demográfico e dos fatores históricos e políticos que o influenciam foi apontado como essencial para identificar, geograficamente, onde existem atalhos para potenciais retornos de investimento.

Vinícius Lummertz comentou o evento partindo do ponto de vista do Brasil. O ex-ministro afirmou que, apesar do país possuir um grande potencial em setores como energia limpa, saúde, agrobusiness e turismo, sua participação em fóruns globais como o Milken Institute Conference ainda é incipiente. Frente a isso, o Instituto Milken busca atuar como uma ponte entre o Brasil e investidores globais, ressaltando o potencial estratégico do mercado brasileiro ao se posicionar como possível receptor de investimentos diretos.

• A tecnologia e as redes sociais têm sido fatores determinantes que influenciam a relação da população com o mercado de trabalho e na sua percepção da desigualdade social.

• O mercado de private equity tem crescido enquanto as opções nos mercados públicos diminuíram.

• A conferência abordou a importância da distribuição demográfica global, destacando os desafios e potenciais impactos de uma massa jovem em regiões economicamente desfavorecidas e a necessidade de integrar essas populações ao mercado global e tecnológico.

• O Brasil possui grande potencial como receptor de investimentos diretos, principalmente em setores como energia limpa, saúde, agrobusiness e turismo

Para mais detalhes, assista a live completa:

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