Fed mantém juros pela quarta vez consecutiva

No Radar do Mercado: na reunião de hoje, o banco central americano decidiu manter o nível de juros; Jerome Powell afirmou que é preciso mais confiança para cortar os juros

Por Itaú Private Bank

2 minutos de leitura

Na primeira reunião de 2024, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros americana no intervalo de 5,25% a 5,50% pela quarta vez consecutiva. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado.

O comunicado trouxe apenas alguns ajustes. Segundo o comitê, a atividade econômica tem expandido em um ritmo sólido. Houve uma moderação no mercado de trabalho desde o início do ano passado, mas a criação de vagas segue forte, enquanto a taxa de desemprego permaneceu baixa. Já a inflação cedeu ao longo de 2023, mas ainda está em patamar elevado.

O comitê considera que o balanço de riscos está mais equilibrado, mas reforçou que permanece atento aos riscos de inflação. Por fim, reforçou que, antes de fazer qualquer ajuste na política monetária, irá avaliar cuidadosamente os dados. E que não espera que seja apropriado reduzir os juros até que tenha maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%.

Powell: é preciso mais confiança para cortar os juros

Na coletiva de imprensa após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o comitê acredita que os juros estão no pico do atual ciclo de aperto monetário e que, se tiverem mais confiança de que a economia está evoluindo como esperado, será possível reduzir os juros ao longo do ano. No entanto, destacou que o desempenho da economia tem surpreendido desde a pandemia e que o progresso da inflação rumo à meta de 2% não está garantido. Assim, as autoridades estão preparadas para manter os juros no patamar atual por tempo prolongado, caso julguem apropriado.

Powell afirmou que as autoridades estão cientes de que reduzir os juros muito cedo ou em demasia poderia reverter o progresso da inflação e até mesmo exigir uma política ainda mais restritiva. Ao mesmo tempo, cortar os juros muito tarde ou pouco poderia enfraquecer excessivamente a atividade econômica e o mercado de trabalho.

O presidente do Fed também ofereceu maiores detalhes sobre a necessidade de maior confiança para iniciar o processo de queda dos juros, mencionada no comunicado de hoje. Ele reforçou que os dados de inflação dos últimos seis meses foram positivos, mas que existe incerteza se este recorte oferece um sinal verdadeiro sobre o caminho da inflação à frente, sob o risco de estabilização em um nível superior ao desejado. Desta forma, o comitê precisa observar a manutenção dos dados positivos nas próximas leituras para, então, iniciar uma flexibilização. Destacou ainda que, com base na reunião de hoje, não acredita ser provável que o comitê atinja tal nível de confiança até a reunião de março.

Quando perguntado sobre a possibilidade de ajustes ao processo de redução do balanço do Fed, Powell afirmou que houve alguma discussão sobre o tema neste encontro, e que o comitê planeja discutir com maior profundidade na próxima reunião, em março. Além disso, destacou que as ferramentas são independentes, e que uma mudança na estratégia do balanço não implica necessariamente uma mudança nos juros, e vice-versa.

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