IPCA fecha 2023 em 4,62%; CPI dos EUA encerra em 3,4%
No Radar do Mercado: no centro das atenções dos investidores nesta quinta-feira estão as divulgações das inflações mensuradas pelo CPI nos EUA e IPCA no Brasil
Por Itaú Private Bank
Inflação dos EUA fecha 2023 em 3,4%
O índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,3% em dezembro, ligeiramente acima do projetado pelo mercado (0,2%) do resultado anterior (0,1%). Com isso, a métrica interanual encerrou 2023 em 3,4%, acima do esperado (3,2%).
O núcleo do indicador, que desconsidera as contribuições de alimentos e energia, avançou 0,3% no mês, mantendo o ritmo de novembro e em linha com o projetado. Na base anual, o núcleo desacelerou para 3,9%, enquanto a expectativa era de uma queda um pouco mais intensa (para 3,8%).
Nossa visão: a divulgação de hoje, apresentando um núcleo ainda pressionado, além da surpresa altista no índice cheio, reforça que o processo de desinflação deve seguir de maneira gradual adiante. Dessa forma, a leitura modera o argumento por um corte pelo Fed no primeiro trimestre deste ano, enquanto as apostas do mercado seguem divididas pelo início do ciclo entre março e maio.
IPCA fecha 2023 em 4,62%
O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que subiu 0,56% no mês, acima da leitura de novembro (0,28%) e da expectativa do mercado (0,50%). Com isso, o IPCA fechou o ano com uma alta de acumulada de 4,62%.
Os preços de todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês. A maior variação e o maior impacto vieram de Alimentação e bebidas, grupo que acelerou na comparação com novembro. A segunda maior contribuição veio de Transportes.
As medidas de núcleo da inflação, que apresentam maior relação com o ciclo econômico, seguem em patamar baixo, mas sem melhoras adicionais, com as médias móveis de três meses dessazonalizadas dos núcleos praticamente estáveis em 3,1% (de 3,2%). Por outro lado, o índice de difusão, que mede o percentual de itens com aumento dos preços, subiu para 65,2%.
Nossa visão: a leitura veio ligeiramente acima do esperado, com surpresa espalhada entre os grupos. Houve maior pressão em industriais (com reversão dos descontos da Black Friday) e alimentação no domicílio (especialmente in-natura), reforçando que o El Niño deve pressionar esses itens no 1º trimestre do ano, mas o movimento tende a ser revertido ao longo do ano. Para 2024, projetamos continuidade do processo de desinflação em curso, com o IPCA em 3,6% no fim do ano.
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