IPCA desacelera em maio e mostra composição positiva

No Radar do Mercado: IBGE divulgou inflação de maio abaixo das projeções do mercado e mostrando uma composição também mais positiva do que o esperado. Enquanto isso, em Londres, China e EUA seguem conversas em busca de acordo comercial

Por Itaú Private Bank

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em maio, desacelerando em relação ao registrado em abril (0,43%) e abaixo da mediana das expectativas do mercado (0,32%). Com isso, em 12 meses, o IPCA passou a acumular alta de 5,32%, abaixo dos 5,53% acumulados nos 12 meses imediatamente anteriores, mas ainda distante do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Dos nove grupos pesquisados, “Habitação” foi quem apresentou a maior variação, saindo dos 0,14% em abril para 1,19% em maio. O resultado foi influenciado pela alta no custo da energia elétrica residencial: com alta de 3,62%, foi o subitem de maior impacto (0,14 p.p.) no índice cheio. Na outra ponta, o grupo “Alimentação e bebidas” desacelerou de 0,82% em abril para 0,17%, puxado por itens como tomate, arroz e ovos, enquanto o grupo “Transportes” foi o único que recuou (-0,37%), puxado por passagens aéreas (-11,31%) e combustíveis (-0,72%).

Nossa visão: o dado de hoje veio abaixo das expectativas, mostrando um qualitativo um pouco mais favorável. Em relação aos núcleos, na média móvel de três meses, com dados dessazonalizados e anualizados, os serviços subjacentes desaceleraram de 7,7% para 7,1% na passagem de abril para maio, enquanto o núcleo de industriais subjacentes desacelerou de 4,9% para 4,7%. Na mesma métrica, a média dos núcleos desacelerou para de 5,7% para 5,3%.

China e EUA seguem discutindo acordo comercial

As delegações de China e EUA já iniciaram o segundo dia de conversas em Londres em busca de um acordo comercial entre as partes. Após o primeiro dia, os comentários de ambos os lados deram um tom ligeiramente positivo. No entanto, não há expectativa por redução das tarifas de 30% dos EUA sobre a China (somando tarifas recíprocas e tarifas impostas pelo fentanil) e dos 10% da China sobre os EUA no curto prazo. Ainda assim, as negociações poderiam render avanços em outras frentes, como exportações de metais de terras raras e limitações impostas sobre exportações de tecnologia. Ambos os lados podem divulgar atualizações no final do dia.

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