Mudamos a alocação da nossa carteira de renda fixa internacional

Nicholas McCarthy, Chief Investment Officer (CIO) do Itaú, resume a análise do cenário e as alocações do comitê de investimentos

Por Itaú Private Bank

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Carta mensal de investimentos
Crédito: Itaú Private Bank

Divulgamos nesta terça-feira, 1º, as perspectivas e estratégias do nosso comitê de investimentos, que se reúne mensalmente para decidir as alocações táticas das carteiras-modelo baseadas no cenário macroeconômico global. Desta vez, mudamos a alocação da nossa carteira de renda fixa internacional.

Entenda a seguir a nossa avaliação do cenário e dos mercados.

Internacional

  • As atenções continuam voltadas à política monetária americana. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) iniciou seu ciclo de redução de juros em setembro, com um corte de 0,5 ponto percentual;
  • Na Europa, a desinflação em estágio mais avançado e a atividade frágil trazem a confiança necessária para o Banco Central Europeu continuar o seu ciclo de cortes de juros, podendo até acelerar o ritmo nos próximos meses.
  • Já na China, o governo anunciou um pacote de medidas e diretrizes de estímulo, mostrando um maior senso de urgência para impulsionar o crescimento econômico.
  • O contexto de início do ciclo de cortes pelo Fed e as novas medidas na China têm sido benéficos para ativos de risco e, especialmente, de renda fixa. Mercados emergentes não foram exceção.
  • Pensando nisso, decidimos diminuir nossa posição em títulos de renda fixa de mercados emergentes. Acreditamos que os preços atuais já refletem uma visão positiva para a classe, o que limita o potencial para retornos adicionais.
  • Recentemente, realizamos um comitê extraordinário, em que optamos por reduzir nossa alocação em títulos de crédito americano (investment grade).

Local

  • A atividade econômica se mostrou sólida no primeiro semestre do ano. Esperamos alguma desaceleração no segundo semestre, com os impulsos fiscal e monetário perdendo força na margem. Ainda assim, revisamos nossa projeção do PIB para cima (3,0% para 2024 e 2,0% para 2025).
  • O processo desinflacionário estagnou, com uma inflação de serviços ainda elevada, mas mostrando alguns sinais de acomodação, mas ainda em patamar elevado. No curto prazo, os impactos da seca e queimadas podem pressionar ainda mais a inflação.
  • O desafio fiscal continua. A estratégia de ajuste fiscal com foco maior no aumento de receitas, caso não seja acompanhada de uma agenda de controle de gastos obrigatórios, não deve ser capaz de produzir uma perspectiva de estabilização da dívida pública de forma sustentável.
  • Nesse contexto de atividade econômica resiliente, incertezas quanto à política fiscal, expectativas de inflação desancoradas e real pressionado, em meio a um ambiente externo permeado de incertezas, o Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual.
  • Seguimos otimistas com o juro real. Além das taxas em nível historicamente atrativo, a classe oferece o diferencial de preservação do poder de compra por ter sua rentabilidade atrelada à inflação.
  • Mantemos uma visão cautelosa com relação à bolsa devido às incertezas no cenário local, como a perspectiva de novas altas de juros.

Confira no áudio abaixo um resumo feito pelo CIO do Itaú, Nicholas McCarthy:

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