Ata do Copom: ajustes levemente mais duros

No Radar do Mercado: ata da última reunião do Copom trouxe algumas observações de viés mais duro com relação à avaliação do cenário desde dezembro

Por Itaú Private Bank

2 minutos de leitura

A ata da última reunião de política monetária do Copom não trouxe mudanças na mensagem geral sobre a condução da política monetária, assim como o comunicado quase inalterado divulgado na semana passada.

As autoridades, no entanto, acrescentaram algumas observações de viés mais duro ao avaliarem a evolução do cenário desde a reunião de dezembro, principalmente com relação à atividade econômica. O destaque é a possibilidade de que o arrefecimento esperado à frente seja menos intenso, como resultado de uma renda das famílias mais robusta devido a aumentos do salário-mínimo, de benefícios sociais e de um mercado de trabalho apertado. O maior dinamismo dos mercados de crédito e de capitais também foi mencionado.

No que diz respeito à inflação, foi observado um potencial efeito de transbordamento das inflações de alimentos e bens industriais (fatores temporários de oferta) para serviços, mas com pressão de ganhos salariais acima da inflação (possivelmente, uma questão mais duradoura de demanda).

Observamos esses ajustes, que poderiam passar despercebidos em uma reunião mais agitada, como os destaques de hoje. Eles não alteram a nossa avaliação de como o ciclo de flexibilização irá caminhar. Dessa forma, mantemos nossa expectativa de manutenção do ritmo de 50 pontos-base de cortes nas próximas reuniões, com a taxa Selic em 9,00% ao ano no final do ciclo.

Relatório Focus: sem grandes mudanças

O Banco Central divulgou hoje a edição semanal do Relatório Focus, referente à última semana. De maneira geral, não houve grandes mudanças.

Na comparação com a semana anterior, a mediana das estimativas para o IPCA seguiu estável para 2024 (3,81%), 2025 e 2026 (em 3,50% para os dois anos).

É importante destacar que a meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) para a inflação é de 3%. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

No âmbito da política monetária, as projeções para a taxa Selic permaneceram inalteradas em todo período analisado, mantendo-se em 9,0% para 2024 e em 8,50% para 2025 e 2026.

Com relação à atividade econômica, as estimativas para o crescimento do PIB permaneceram estáveis para 2024 (1,60%), 2025 e 2026 (ambas em 2,0%).

Por fim, a estimativa para a taxa de câmbio seguiu estável para 2024 (a R$/US$ 4,92) e 2025 (a R$/US$ 5,00), mas recuou 1 centavo para 2026 (a R$/US$ 5,04).

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