Inflação dos EUA medida pelo núcleo do PCE desacelera

No Radar do Mercado: tanto o núcleo do PCE dos EUA quanto o CPI da zona do euro apontam desinflação em curso; na China, PMIs vieram abaixo do esperado

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

O núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) dos EUA, que exclui os componentes de energia e alimentos, avançou 0,2% em outubro, na comparação mensal, desacelerando em relação ao mês anterior (0,3%). A leitura veio em linha com a expectativa do mercado.

Na base anual, a alta foi de 3,5%, também conforme o esperado, e desacelerando em relação ao mês anterior (3,7%). Vale lembrar que o indicador é uma das referências usadas pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em suas decisões de política monetária.

O indicador “cheio” do PCE ficou em 0,0% na comparação mensal, abaixo da expectativa (0,1%) e do registrado no mês anterior (0,4%). Na base anual, houve uma desaceleração, de 3,4% para 3,0%, em um movimento mais intenso do que o esperado pelo mercado (3,1%).

Tanto o gasto nominal dos consumidores quanto o gasto real (ajustado pela inflação) desaceleraram no mês. Em geral, a leitura reforça uma desinflação gradual no país e reforça a expectativa do mercado de que o Federal Reserve tenha finalizado seu ciclo de aperto monetário.

Inflação da zona do euro desacelera em novembro

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro seguiu em desaceleração em novembro, de 2,9% para 2,4% na comparação anual. A leitura surpreendeu o mercado, que esperava uma queda mais branda, para 2,7%.

O núcleo do indicador, que exclui itens mais voláteis (como alimentos e energia), ficou em 3,6%, também desacelerando em relação ao resultado anterior (4,2%) e vindo abaixo do esperado (3,9%). Tanto os componentes de bens quanto de serviços desaceleraram no mês.

De maneira geral, a leitura veio mais fraca do que o esperado pelo mercado, confirmando o processo de desinflação e corroborando a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) encerrou o processo de alta nos juros, com o foco passando a ser o período no qual as taxas ficarão em patamar restritivo.

PMI da China fica abaixo do esperado em novembro

Na China, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de manufatura foi de 49,4 pontos, recuando em relação a outubro. O resultado veio abaixo das expectativas, que eram de uma aceleração (para 49,8). O movimento foi puxado por uma produção mais fraca e um recuo de novas encomendas. Vale lembrar que leituras abaixo de 50 pontos indicam uma contração do setor.

Já o PMI não-manufatureiro caiu para 50,2 pontos, também desacelerando em relação a outubro (50,6) e abaixo do esperado (51,1). O movimento foi puxado pelo setor de serviços, especialmente pelo setor imobiliário.

Em suma, as leituras reforçam a fraqueza da economia chinesa na margem, evidenciando a necessidade de novas medidas para manter o crescimento elevado. Os estímulos anunciados nas últimas semanas devem ter impacto na atividade somente no ano que vem. O mercado espera um crescimento de 4,5% do PIB para 2024.

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