IPCA-15 avança 0,26% em junho, abaixo do esperado

No Radar do Mercado: inflação desacelera em junho e fica abaixo do esperado; congresso anula decretos sobre IOF

Por Itaú Private Bank

5 minutos de leitura

O IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho nesta quinta-feira, 26. O indicador apresentou uma alta de 0,26%, desacelerando em relação a maio (0,36%) e abaixo das expectativas do mercado (0,30%). Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,27%, abaixo dos 5,40% observados em maio.

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta. As maiores variações vieram dos grupos Habitação (puxado pela alta da energia elétrica residencial), seguido de Vestuário e Saúde e cuidados pessoais, grupos estes que tiveram o maior impacto no índice cheio. Por outro lado, pela primeira vez após nove meses, o grupo Alimentação e bebidas registrou queda.

Nossa visão: o IPCA-15 de junho veio abaixo da projeção do mercado e apresentou um qualitativo melhor na margem. O destaque ficou para as surpresas baixistas em serviços e industriais subjacentes, com expectativa de composição semelhante para o IPCA fechado do mês.

Câmara e Senado federal derrubam decretos relacionados ao IOF

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 25, por 383 votos a 98, o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) n. 214/2025, que suspende os efeitos de três decretos editados pelo governo federal relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O texto foi analisado em regime de urgência e, após a votação na Câmara, foi aprovado pelo Senado Federal de forma simbólica, ou seja, sem a contagem de votos. O resultado é a primeiro caso em 33 anos de um decreto presidencial derrubado pelo Congresso Nacional. As alíquotas do IOF vigentes antes da publicação dos decretos serão reestabelecidas assim que o PDL for publicado no diário oficial da união.

Relatório de Política Monetária: mensagem bastante clara

O Relatório de Política Monetária (antigo Relatório Trimestral de Inflação) trouxe um conjunto de projeções e hipóteses que reforçam a mensagem da última reunião de política monetária, de que a taxa de juros deve permanecer no patamar atual por “período bastante prolongado”.

A equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú BBA destacou a projeção de inflação acima da meta ao final de 2027 e a estimativa para o hiato do produto, variável que mede o nível de atividade da economia em relação a sua capacidade total, com potencial de ser revisada em direção mais inflacionária ao longo dos próximos meses.

Somados à comunicação pós reunião do Copom, esses detalhes pesam na direção de cortes de juros mais tardios. Assim, espera-se que o início do ciclo de flexibilização se dê no primeiro trimestre de 2026, mas reconhecendo o risco de que ele seja adiado.

Clique aqui para ler o relatório completo.

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