Payroll: criação de vagas bem abaixo do esperado nos EUA
No Radar do Mercado: taxa de desemprego nos EUA se manteve estável em outubro, mas geração de vagas foi fortemente impactada por greves e furacões. No Brasil, produção industrial cresceu conforme o esperado em setembro, com destaque para a indústria de transformação
Por Itaú Private Bank
O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 12 mil vagas de emprego no país em outubro, bem abaixo da projeção de mercado (100 mil) e do registrado na leitura anterior, que foi revisada para baixo (de 254 mil para 223 mil).
A taxa de desemprego se manteve estável em 4,1%, em linha com a expectativa do mercado, enquanto a taxa de participação recuou ligeiramente, de 62,7% para 62,6%.
Na parte dos rendimentos, os ganhos salariais por hora trabalhada subiram 0,4% em outubro, para US$ 35,46, acelerando em relação a setembro (0,3%). Nos últimos 12 meses, o indicador registrou alta de 4,0%, conforme o esperado pelo mercado, mas acima dos 3,9% registrados na leitura anterior.
Nossa visão: os números do payroll de outubro foram fortemente influenciados pela passagem de dois furacões no sul dos EUA e por greves no setor de aviação e de hotelaria. Ainda assim, o número veio bem baixo do consenso. O resultado vai em linha com a atual expectativa do mercado, de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) reduzirá os juros em 0,25 ponto percentual na reunião da próxima semana.
Produção industrial avança 1,1% em setembro no Brasil
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de agosto, divulgada hoje pelo IBGE, a produção nacional avançou 1,1% no mês, praticamente em linha com a nossa projeção e o consenso do mercado (ambos de 1,0%). Frente a setembro de 2023, a indústria avançou 3,4%.
Entre as quatro grandes categorias econômicas, apenas uma recuou no mês. “Bens de consumo duráveis’ contraíram 2,7% na passagem mensal. Enquanto isso, “bens de capital”, “bens intermediários” e “bens de consumo semi-duráveis” cresceram 4,2%, 1,2% e 0,6%, respectivamente. Entre os setores, 48% avançaram no mês contra 28% em agosto.
Nossa visão: o destaque de setembro foi para a indústria de transformação, que tem peso maior para o PIB e cresceu acima da nossa expectativa. Por outro lado, a indústria extrativa/mineração declinou no mês, um desempenho abaixo do esperado. Apesar do dado forte de hoje, projetamos uma desaceleração da economia na segunda metade do ano.
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