Política monetária global em foco

Economia e Mercados: semana foi marcada por decisões de política monetária em diversos países, com destaque para o Fed, que manteve os juros, e para o Copom, que voltou a cortar a Selic

Por Itaú Private Bank

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Crédito: Getty Images/Itaú Private Bank

Em uma semana de importantes decisões de política monetária, os destaques foram os comunicados no Brasil e dos EUA. Por aqui, o Copom reduziu a taxa Selic em 50 pontos-base, mas adotou um tom mais duro em várias partes do comunicado, sinalizando preocupação com o aumento das incertezas no ambiente externo.

Já o Fed optou pela manutenção dos juros americanos, mas Jerome Powell afirmou que altas adicionais ainda não estão descartadas. Por fim, a agenda dos investidores terminou com uma surpresa no Payroll, que veio mais fraco do que o esperado.

A seguir, confira mais detalhes.

Fed mantém nível de juros nos EUA

O Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (FOMC) manteve os juros dos EUA no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, como esperado. Segundo o comitê, os indicadores recentes sugerem que a atividade econômica cresceu em ritmo forte no 3º trimestre. Porém, as autoridades sinalizaram que, além das condições de crédito, as condições financeiras estão apertadas, o que deve pesar na atividade, no mercado de trabalho e na inflação. A extensão desses efeitos, entretanto, permanece incerta.

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Powell: altas adicionais ainda não estão descartadas

Na conferência após a reunião, o presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que a pergunta que tentam responder a cada reunião ainda é se altas adicionais nos juros são necessárias. Com relação às condições financeiras, afirmou que suas implicações na política monetária dependem de quão persistente será esse aperto. Quanto aos passos à frente, afirmou que o comitê ainda não possui a confiança de que a política monetária já se encontra restritiva o suficiente para trazer a inflação de volta à meta de 2%, e, portanto, altas adicionais ainda não podem ser descartadas.

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Copom: ritmo constante à frente, mas com tom mais duro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic em 50 pontos-base para 12,25%. O comitê manteve a mensagem de que manterá o atual ritmo de corte nas próximas reuniões. O comunicado, porém, traz conotações mais duras em seu cenário prospectivo, com o ambiente externo mais adverso e uma ancoragem incompleta das expectativas. Além disso, enfatiza que a taxa terminal vai depender de melhores perspectivas inflacionárias. Esperamos agora que o Copom leve a Selic para 9,5% ao final do ciclo, terminando 2023 em 11,75%.

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Payroll: criação de vagas desacelera nos EUA

O Payroll, relatório de folha de pagamentos do Departamento do Trabalho dos EUA, indicou a criação de 150 mil vagas em outubro, abaixo das expectativas e mostrando uma desaceleração no ritmo identificado no mês anterior. A taxa de desemprego subiu para 3,9%, enquanto os ganhos salariais por hora trabalhada avançaram menos que o esperado. A criação de empregos mais fraca oferece suporte à atual expectativa do mercado de que o Fed tenha finalizado seu ciclo de aperto. A decisão de dezembro, no entanto, segue dependente da evolução dos dados até a reunião, bem como do comportamento das condições financeiras.

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Medida de atividade do setor de serviços desacelera nos EUA

O índice do Instituto de Gerência de Oferta (ISM, em inglês) de serviços dos EUA desacelerou em outubro para 51,8 pontos, abaixo das expectativas do mercado (53). Leituras acima de 50 indicam expansão do setor. O movimento foi puxado por uma queda dos preços pagos e do emprego no setor, enquanto as novas encomendas avançaram além do esperado. Em geral, os números refletem os efeitos da política monetária contracionista do Fed, em um contexto de custos com financiamento mais elevados, inflação resiliente e ganhos salariais menores.

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Inflação e PIB recuam na zona do euro

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro apresentou uma queda de 0,1% no 3º trimestre, abaixo das expectativas. Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) foi de 2,9% a/a em outubro, desacelerando em relação a setembro e um pouco abaixo das projeções. O núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis, também recuou, indicando sinais de alívio tanto nos preços de serviços quanto nos de bens. A dinâmica de atividade frágil e inflação em queda reforça o cenário de fim do ciclo de alta dos juros na região.

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BC britânico mantém juros inalterados

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve sua taxa de juros em 5,25%, como esperado. A decisão não foi unânime, com três dos nove dirigentes votando por uma alta de 25 pontos-base. Em geral, o comunicado reforçou que novas elevações podem ser necessárias em caso de uma persistência na pressão sobre os preços, além de destacar que os juros devem ficar em patamar elevado por um longo período para trazer a inflação à meta.

BoJ flexibiliza controle da curva de juros

O Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) flexibilizou sua política de controle da taxa dos títulos públicos de 10 anos, suavizando a linguagem utilizada no comunicado a respeito do limite máximo de 1%, que agora passa a ser um ponto de referência, não mais um teto rígido. A reunião também trouxe revisões para cima nas expectativas para a inflação à frente. As projeções abaixo da meta para 2025, no entanto, seguem indicando falta de convicção do comitê sobre a sustentabilidade da inflação, prescrevendo uma política expansionista.

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PMI da China fica abaixo do esperado em outubro

Na China, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de manufatura foi de 49,5 pontos. Já o PMI não-manufatureiro foi de 50,6 pontos. Ambos apresentaram uma desaceleração em relação a setembro e vieram abaixo das expectativas. Tanto as atividades de serviços quanto de construção recuaram, mas ainda em patamar que indica expansão. A leitura sinaliza uma desaceleração da economia, indicando uma perspectiva mais fraca para a atividade do 4º trimestre.

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Taxa de desemprego cai para 7,7% no Brasil

A taxa de desemprego do Brasil ficou em 7,7% no trimestre encerrado em setembro, segundo a Pnad Contínua, em linha com as expectativas do mercado. Com ajuste sazonal, a taxa de desemprego também recuou para 7,7%. O movimento foi puxado por uma queda na taxa de participação. Também houve recuo do emprego nos setores formal e informal. No entanto, a massa salarial real efetiva cresceu, impulsionada pelo aumento dos salários.

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Produção industrial brasileira acelera conforme o esperado em setembro

A produção industrial subiu 0,1% m/m, em linha com as expectativas do mercado. O segmento de transformação contraiu no mês, enquanto os segmentos extrativo/mineração expandiram na margem. Com o resultado de setembro, a produção industrial ficou estável no 3T23 (tendência que deve continuar à frente), enquanto o setor de manufatura acelerou 0,1%. Nosso tracking (estimativa de alta frequência) do PIB do 3T23 permaneceu em -0,2% t/t (+1,8% a/a).

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