Revisamos nossos cenários local e global para novembro
No Radar do Mercado: divulgamos nossa revisão de cenário, tanto local quanto global; o Relatório Focus, por sua vez, não trouxe grandes mudanças nas projeções
Por Itaú Private Bank
Revisão de Cenário – Brasil
Os riscos fiscais voltaram a aumentar com as discussões sobre uma mudança precoce da meta de resultado primário de 2024, o que traria um dano de credibilidade à estratégia de ajuste fiscal do governo. Mantemos, por ora, nossa expectativa de déficits primários de 1,0% do PIB em 2023 e de 1,2% do PIB em 2024 e dívida bruta em 75% e 78% do PIB para esses anos.
Nossa projeção de crescimento do PIB permanece inalterada em 2,9% para este ano e em 1,8% para 2024. Quanto à inflação, reduzimos nossa projeção para 2023 para 4,6%, incorporando surpresas de curto prazo e o corte de preço da gasolina da Petrobras em outubro, e para 2024, (agora em 4,0%). A trajetória mais benigna de serviços e industriais subjacentes mais que compensou o impacto do aumento do ICMS de combustíveis esperado para o próximo ano.
Com base na comunicação recente do Copom, nos desafios no ambiente internacional e no aumento de incerteza fiscal, passamos a esperar redução menor da taxa Selic, para 11,75% no fim de 2023, e 9,50% ao final do ciclo, em 2024.
Revisão de Cenário – Global
Apesar de algum alívio na margem, os juros e o dólar devem continuar pressionados, com os Estados Unidos ainda crescendo mais que o resto das economias desenvolvidas. Aumentamos nossas projeções para o crescimento do PIB americano para 2,5% em 2023 e para 1,5% em 2024. O aperto de condições financeiras indica que o Fed não deve subir novamente os juros, mas agora esperamos que os cortes de juros comecem apenas em setembro do ano que vem.
Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) deve iniciar um ciclo de cortes de juros em junho de 2024, um mês antes do que prevíamos anteriormente, diante da fraqueza na atividade e queda da inflação.
Na China, aumentamos a projeção de PIB para 5,3% em 2023 e para 4,3% em 2024, incorporando a sinalização do governo de que realizará medidas de estímulos fiscais e monetários à frente, além dos dados de atividade do terceiro trimestre, que surpreenderam ligeiramente para cima.
Relatório Focus: estabilidade nas projeções
O Banco Central divulgou hoje mais uma edição do Relatório Focus. De maneira geral, as expectativas do mercado para os principais indicadores econômicos não sofreram alterações significativas.
Na comparação com a semana anterior, a mediana das estimativas do IPCA de 2023 permaneceu inalterada em 4,63%. Para 2024, houve um ligeiro aumento (para 3,91%). Já para 2025 e 2026, as projeções para a inflação seguiram em 3,50%. Vale lembrar que a meta do Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3% para os próximos anos, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Com relação à atividade econômica, as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não sofreram alterações para 2023 (2,89%), 2024 (1,50%), 2025 (1,90%) e 2026 (2,00%).
Na parte de política monetária, as expectativas para a taxa Selic também seguiram sem alterações ao longo do horizonte pesquisado, em 11,75% para 2023, 9,25% para 2024, 8,75% para 2025 e 8,50% para 2026.
Por fim, a estimativa para a taxa de câmbio permaneceu estável para 2023 (a R$/US$ 5,00), 2024 (a R$/US$ 5,05), 2025 (a R$/US$ 5,10) e 2026 (a R$/US$ 5,20).
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