PIBs dos EUA e da Europa superam projeções; IGP-M segue em queda
No Radar do Mercado: resultados do 2T25 indicam resiliência, mas incertezas em relação às tarifas seguem no radar
Por Itaú Private Bank
PIB dos EUA avança acima do esperado no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 3,0% no segundo trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Escritório de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês). O número superou as expectativas do mercado, que projetava alta de 2,5%, e reverteu a queda de 0,5% registrada no primeiro trimestre, a primeira contração em três anos.
O principal vetor de alta foi o setor externo. O forte recuo das importações resultou em melhora no saldo comercial, explicando boa parte da recuperação do PIB. O movimento é uma compensação do observado no primeiro trimestre, quando a corrida de empresas e consumidores para antecipar compras diante do choque tarifário gerou um déficit recorde.
Já o crescimento do consumo privado foi moderado, e ficou ligeiramente abaixo da mediana das expectativas. Com isso, a demanda interna segue em gradual arrefecimento em comparação ao ritmo do ano passado.
Nossa visão: o resultado do segundo trimestre surpreende positivamente na comparação com os três primeiros meses do ano, mas não altera a percepção de desaceleração da economia. Esta moderação deve ser reconhecida pelo Fed na reunião de hoje, mas, diante dos riscos ainda elevados na frente de inflação, a autoridade deve decidir pela manutenção do nível de juros, ainda que sejam possíveis votos dissidentes já apoiando um corte.
PIB da Zona do Euro cresce 0,1% no segundo trimestre, acima do esperado

O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro avançou 0,1% no segundo trimestre de 2025 frente aos três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Eurostat. O número veio acima das expectativas do mercado, que apontavam para estabilidade no período. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, a economia do bloco cresceu 1,4%, também superando as projeções (1,2%).
Apesar de ter desacelerado em relação ao crescimento de 0,6% observado no primeiro trimestre, um dado que foi impulsionado por movimentos de antecipação de importações em meio à escalada tarifária, o resultado mais recente mostra uma devolução desse movimento anterior e sugere manutenção da tração da atividade, ainda que em ritmo mais lento.
Na composição por países, os destaques positivos ficaram com a Espanha, que cresceu 0,7% no trimestre, e a França, com alta de 0,3%. Por outro lado, Alemanha e Itália, duas das economias mais exportadoras da região, registraram contração de 0,1% no período.
Nossa visão: o desempenho do segundo trimestre reforça a leitura de uma economia firme mesmo diante das incertezas comerciais. A assinatura recente do acordo comercial entre EUA e União Europeia contribui para a redução das incertezas externas, o que reduz a pressão baixista para atividade. Dessa forma, entendemos que o Banco Central Europeu possa ter encerrado o seu ciclo de cortes de juros, uma vez que a inflação se encontra na meta e a atividade segue apresentando resiliência, com menos riscos à frente.
IGP-M recua menos que o esperado em julho
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu 0,77% em julho, após queda de 1,67% registrada em junho, com destaque para a baixa nos preços ao produtor. O resultado veio acima da mediana das projeções do mercado, que era de -0,86%. Em 12 meses, o IGP-M agora acumula alta de 2,96%.
O resultado foi composto pela queda de 1,29% na passagem mensal do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que corresponde a cerca de 60% do geral e apura a variação dos preços no atacado. No sentido contrário, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de cerca de 30% do indicador, avançou 0,27%, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de cerca de 10%, acelerou para 0,91%.
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