Focus: mercado revisa projeções para IPCA, PIB e câmbio às vésperas do Copom

No Radar do Mercado: Banco Central divulgou nova edição do Relatório Focus com revisões para IPCA, PIB e câmbio em diferentes prazos; na China, setor industrial desacelera no mês de maio enquanto varejo registra alta mais acentuada desde dezembro de 2023

Por Itaú Private Bank

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tabela com os principais indicadores do boletim focus

Às vésperas da próxima reunião do Copom, o Banco Central divulgou nesta segunda feira, 16, mais uma edição do Relatório Focus. O relatório veio sem mudanças nas projeções para a taxa Selic, mas com uma redução significativa na expectativa da inflação em 2025, aumento para o PIB deste e do próximo ano, além de reduções nas taxas esperadas de câmbio em 2025 e 2026.

A mediana das projeções para o IPCA de 2025 caiu de 5,44% para 5,25%, ainda bem acima do teto do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual ao redor da meta de 3,0% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2026, a estimativa se manteve em 4,50%, no limite do teto, e para 2027, 4,00%, dentro da banda superior da meta. Já as expectativas para a inflação de 12 meses à frente recuaram de 4,77% para 4,72%.

Sobre o PIB, o relatório do Banco Central apresentou um aumento da expectativa para 2025 de 2,18% para 2,20%. Já para 2026, a mediana das projeções aumentou de 1,81% para 1,83%, enquanto, para 2027, se manteve em 2,00%.

Em relação ao câmbio, as estimativas para 2025 e 2026 registraram queda, saindo de R$/US$ 5,80 para R$/US$ 5,77 e de R$/US$5,89 para R$/US$5,80, respectivamente. Já para 2027, a pesquisa registrou estabilidade, mantendo a estimativa em R$/US$5,80.

Por fim, as estimativas para a taxa Selic foram mantidas em 14,75% a.a. para 2025, 12,50% a.a. para 2026 e 10,50% a.a. para 2027.

Setor industrial chinês desacelera, mas varejo supera expectativas

Segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China, a produção industrial chinesa registrou um aumento de 5,8% em maio na comparação anual. O número, no entanto, representa uma desaceleração frente ao mês de abril, quando o setor cresceu 6,1%.

O resultado da indústria veio ligeiramente abaixo das expectativas do mercado (5,9%) e representa o menor ritmo nos últimos meses. Enquanto isso, os investimentos em ativos fixos tiveram alta de 3,7% de janeiro a maio, na comparação com igual intervalo do ano passado, também desacelerando em relação a leituras anteriores.

Já as vendas no varejo em maio, no ano contra ano, atingiram 6,4% e superaram as previsões de 4,9% do mercado. O resultado representa uma aceleração em relação ao mês anterior (5,1%) e é o crescimento mais veloz desde dezembro de 2023. O setor foi beneficiado pelo início antecipado do festival de compras online "618" e pelo programa de troca de bens de consumo, subsidiado pelo governo.

Nossa visão: de formal geral, a atividade chinesa segue sólida, em meio às antecipações de exportações no contexto da guerra comercial, bem como efeito positivo dos estímulos anunciados pelas autoridades. Ao mesmo tempo, a evolução nas negociações com os Estados Unidos limita parte dos riscos associados ao crescimento chinês no ano.

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