Trump anuncia acordo comercial com Japão e governo brasileiro reduz contenção de gastos deste ano
Acordo prevê investimentos bilionários nos EUA e abertura do mercado japonês para carros e produtos agrícolas, com aplicação de tarifa recíproca de 15%
Por Itaú Private Bank
Donald Trump anuncia novo acordo comercial com o Japão
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 22, um novo acordo comercial com o Japão, que reduz a tarifa comercial inicialmente anunciada de 25% para 15%, incluindo o setor automotivo japonês. O pacto também prevê investimentos de até US$ 550 bilhões do Japão nos EUA e a abertura do mercado japonês para automóveis, caminhões e produtos agrícolas norte-americanos.
Após o anúncio, o vice-presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Shinichi Uchida, afirmou que a redução das tarifas sobre automóveis e a exclusão de novas punições comerciais diminuem significativamente as incertezas que rondam a economia japonesa. A autoridade monetária avaliará os impactos do acordo em suas projeções trimestrais e sinalizou que aumentam as chances de a inflação atingir de forma sustentável a meta de 2%. Uchida reiterou que, caso as perspectivas de crescimento e preços se confirmem, o BoJ seguirá com o processo gradual de elevação dos juros.
Já do ponto de vista internacional, o anúncio do acordo comercial com o Japão, incluindo a redução da tarifa setorial de automóveis, traz alguma expectativa de que outras negociações possam avançar e novos acordos sejam anunciados antes de 1º de agosto, o prazo dado por Trump para que as novas tarifas entrem em vigor. A redução da tarifa setorial é um sinal importante especialmente para países que são grandes exportadores de automóveis para os EUA, como Coreia do Sul e Alemanha.
Governo reduz contenção de gastos após revisão da arrecadação
O governo federal reduziu o congelamento de despesas de R$ 21 bilhões para R$ 11 bilhões para este ano, segundo o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas divulgado nesta terça-feira, 22. A redução se deu pela reversão total do contingenciamento, refletindo uma postura mais otimista em relação às projeções de receita, mesmo após uma revisão para baixo da estimativa de arrecadação com o IOF. A revisão incorpora receitas extraordinárias, com destaque para o leilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal. O relatório manteve apenas um bloqueio de R$ 10,7 bilhões, necessário para cumprimento do limite de gastos do novo arcabouço.
Com os ajustes, a projeção de resultado primário do governo central ficou mais otimista: o déficit estimado passou de R$ 97 bilhões para R$ 74,9 bilhões. Considerando as compensações previstas no regime fiscal, o déficit estimado cai para R$ 26,3 bilhões, dentro da banda de tolerância da meta para o ano. Do lado das premissas macroeconômicas, o governo elevou a projeção de crescimento do PIB de 2,38% para 2,54%, reduziu a estimativa da Selic média para 14,25% a.a. e revisou o câmbio médio de R$ 5,81 para R$ 5,70 por dólar.
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